Dando continuidade ao artigo sobre como fazer um mochilão (parte 1 aqui),
nessa segunda parte trataremos de um tempo muitíssimo importante para todo
mundo: o dinheiro. Na maioria das vezes quem escolhe viajar assim é para tentar
economizar uma grana e poder conhecer o maior número de lugares possível. Portanto, aqui vão algumas dicas para cuidar bem do seu bolso sem entretanto
perder muito no quesito conforto nem ficar limitando roteiros por medo de
faltar grana.
3.
O dinheiro e o transporte
Se você vai fazer um mochilão, pressupõe-se que vai querer
visitar mais de um lugar. Afinal, ninguém se prepara por um longo período,
economiza, se equipa para ir até a cidade vizinha e voltar. Não, você vai
querer ir longe. Existem algumas maneiras mais econômicas de viajar e aqui
listaremos as mais comuns.
Vá de ônibus
Se você estiver pensando em viajar para um país vizinho, que
não seja tão longe (até 800 km) ou se a sua viagem envolve vários trechos, a melhor opção é, sem dúvida, o ônibus. Dessa
maneira você pode economizar muito dinheiro, proporcionando uma margem de
segurança melhor para você desfrutar do seu mochilão sem se preocupar com a
possibilidade de faltar grana. Outra vantagem de preferir o busão é que quase
sempre as partidas são diárias para vários lugares partindo de um terminal e às
vezes até existem mais de uma partida por dia. Isso proporciona a você a possibilidade
de conhecer diversos locais partindo de um mesmo ponto e sempre retornando a
ele quando necessário.
Ônibus em Cochabamba - Bolívia
Mas atenção, apesar de este ser uma maneira bastante barata
de viajar, pode haver seu ônus. Você corre o risco de ficar em poltronas bem desconfortáveis
e de passar um bom tempo sacudindo até chegar ao seu destino. Mas o pior de
tudo é pegar um ônibus sem segurança. Para evitar esse tipo de coisa, sempre
que possível viagem com companhias conhecidas ou procure informações com
clientes sobre a qualidade do serviço. Às vezes é melhor pagar um pouco mais
cara em um ônibus melhor e chegar ao destino ileso. Apesar disso, em alguns
lugares há serviços excelentes. Na argentina você pode encontrar ônibus que
possuem serviço de bordo, com cinco refeições diárias e ainda alguns jogos de
recreação como bingo, e ainda assim sendo barato! Portanto, vale bastante a
pena pesquisar para não ter dor de cabeça depois.
Tem trem?
Bem longe da realidade brasileira, os trens oferecem
conforto e sofisticação na Europa. Eles são uma ótima opção em economia de tempo
(até mesmo melhor que avião em viagens inferiores a 4 horas) e uma boa pedida
para quem quer experimentar um pouco de como é ser um nativo europeu. No
entanto, esse meio de transporte tende a ser um pouco mais caro. Mas você pode
comprar pacotes de viagem através de um bilhete único com o qual é possível
viajar para toda a Europa. Você encontra mais informações no site da Rail Europe. Além disso, no site da Bahn, você pode encontrar todas as
informações sobre itinerários partindo da Alemanha. O site é bem complete e com
um ótimo banco de dados, vale a pena dar uma olhada.
No entanto não é só na Europa que existem trens
interessantes para conhecer. Na Bolívia, partindo de Puerto Quijarro, divisa
com Corumbá (MS), o famoso Trem da Morte segue rumo a Santa Cruz de la Sierra.
O Expresso Oriental, verdadeiro nome
do Trem da Morte, deixa a estação de Puerto Quijarro uma vez por dia em
horários diferentes, a depender do dia da semana e é um meio de transporte icônico
boliviano, atraindo turistas e mochileiros de diversos países.
Horários, preços e itinerários do Expresso Oriental
Companhias Aéreas Low Cost
Voltando novamente ao Velho Continente, um excelente meio de
viajar pagando muito pouco é através das companhias aéreas low cost. Essas
companhias, lideradas por Ryanair e Easyjet aéreas estão revolucionando a
maneira de viajar na Europa. Com tarifas ridiculamente baratas (26 reais, ida e
volta de Paris a Praga), esse é um meio de transporte muito atrativo para
mochileiros e para quem preza mais pelo bolso que pelo conforto em sim. Mas
atenção, fique atento para não cair nas armadilhas dessas empresas, pois elas
têm outros meios de tirar dinheiro de você. Pesquisar ainda é a melhor maneira
de garantir o melhor preço, e você pode fazer isso através dos aplicativos para
smartphone. Alguns dos mais clássicos e utilizados são o Skyscanner, Kayak e
Decolar.com. Outra dica de ouro é o planejamento. Quando mais distante for
a data da compra da data da viagem, mais baratas as passagens. O ideal é que
seja intervalo de pelo menos 3 meses. E nem pense em atrasar para fazer o
check-in, muito menos ultrapassar o limite de bagagem; isso com certeza sairá
bem mais caro que a própria passagem.
Que tal uma carona?
Quando se trata de viajar barato, a boa e velha
carona é sempre uma opção. É claro que nesse caso você precisará tomar cuidado
dobrado e estar disposto a esperar bastante tempo na beira da estrada, postos
de gasolina ou até mesmo caminhar alguns trechos do percurso. Alguns países são
relativamente seguros para pegar carona, principalmente em Portugal, onde alguns
universitários utilizam desse meio de transporte para irem para suas casas nos
fins de semana. Uma boa técnica para conseguir uma carona mais rápido é ficar
estrategicamente posicionado me locais onde os veículos diminuem a velocidade,
como perto de quebra-molas ou postos da polícia rodoviária. Nesses postos
policiais, em alguns casos, os próprios policiais param as pessoas e perguntam
se podem dar carona para você. Obviamente você tem que aparentar um mínimo de confiança
e simpatia. Mais dicas de como viajar de carona aqui.
4.
O dinheiro e a hospedagem
Um pouco mais simples que o transporte, a hospedagem também
é um fator a ser levado em conta quando o assunto é economia e conforto durante
a sua viagem. Aqui você tem basicamente três opções: ficar na casa de um amigo,
em um hostel ou em um hotel. Saber diferenciar e escolher entre essas opções
pode fazer toda a diferença na hora de economizar.
Hotéis
Hotel Tambo del Inka - Peru
Se você está em um lugar pequeno, porém turístico, como o
caso de algumas praias do nordeste do Brasil, é muito mais provável que você
encontre apenas hotéis e pousadas. O lado bom de pernoitar assim é o conforto
que proporciona, com alguns lugares realmente bem charmosos . Porém você acaba
perdendo em poder aquisitivo para o restante da sua viagem. Assim, a dica é:
tente evitar os hotéis, a não ser que você esteja com dinheiro sobrando no fim
da viagem e queira dar uma boa relaxada.
Hostels
Contemporâneo Hostel, Rio de Janeiro - RJ
Também conhecidos por albergues, esses estabelecimentos
proporcionam o ambiente mochileiro ideal, seja pela possibilidade de troca de
cultura com muitas outras pessoas, seja pelo aconchego das salas de estar e,
por que não, pelo charme do ambiente que dispõe. Um hostel é o lugar ideal para conhecer
outros mochileiros de diferentes partes do mundo, ouvir várias idiomas,
experimentar diferentes culinárias e fazer amigos. Eles costumam estar sempre
cheios de gente diferente e você pode usufruir de todas essas vantagens pagando
realmente barato. A maioria também oferece WiFi e alguns até café da manhã. A principal diferença encontra-se nos quartos: a maioria deles é compartilhado e você pode dividi-los com mais 3, 9 ou até 13 pessoas. Mas o que se perde em privacidade, se ganha em diversão. Alguns hostels são conhecidos por proporcionar festas para seus
hóspedes, sendo o lugar ideal para encontros um pouco mais românticos. Para
quem procura um pouco mais de sofisticação, há uma lista com os 30 melhores hostels do mundo. Não
importa o lugar, quando se está em um hostel a regra é se enturmar e fazer o
máximo de contatos possível.
Casa de um amigo
Aqui, “amigo” não significa exatamente uma pessoa que você
já conhecia, mas sim uma pessoa que pode vir a se tornar um conhecido. Por meio
de sites e aplicativos você pode
encontrar pessoas que oferecem suas casas para que você “alugue” e passe uma
temporada com elas. Isso pode ser feito de graça ou pagando um preço menor que
o da maioria dos hotéis.
Abuse da tecnologia
Hoje em dia está muito mais fácil viajar pagando o melhor
preço para cada opção. Para te ajudar nessa tarefa existem vários aplicativos.
Aqui selecionamos os mais utilizados de acordo com cada categoria listada
acima. São eles:
O trivago é
um motor de
busca e comparador de preço de hotéis, atualmente o maior do mundo.
O site compara preços de mais de 900.000 hotéis em mais de 200 sites de
reserva, como Expedia, Booking.com ou Hoteis.com.
Hostelworld é uma ferramenta de busca que compara milhares
de preços de hostels ao redor do mundo, fornecendo informações acerca de
disponibilidade de recursos e avaliação de clientes.
Airbnb é
um serviço online comunitário para as pessoas anunciarem,
descobrirem e reservarem acomodações.
O Projeto CouchSurfing é
um serviço de hospitalidade com base na Internet. Em 2012 atingiu a marca de 1
milhão de membros em mais 180 países e territórios.
E assim finalizamos mais essa parte do artigo. Para ler a continuação clique aqui. Se você tem algum dúvida ou informação a acrescentar, escreva nos comentários que em breve responderemos. Obrigado e mãos à obra!
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